quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Absolutismo: França e Inglaterra


Poder absoluto do rei: político, econômico, militar, jurídico, religioso e legislativo.


O esquema ao lado representa um governo absolutista, com a Igreja e a nobreza aos pés do rei, assim como a burguesia. Podemos dizer que a burguesia e a nobreza estão ligadas, assim como, consequentemente, o rei. Com o crescimento da burguesia, a nobreza e o rei descendem.

O absolutismo ocorreu durante os séculos XVI, XVII e XVIII. Será especificado e detalhado abaixo os governos absolutistas na França e na Inglaterra, além dos teóricos importantes do Absolutismo (em ordem cronológica): Nicolau Maquiavel, Jean Bodin, Thomas Hobbes e Jacques Bossuet.





  • NICOLAU MAQUIAVEL escreveu o livro "O Príncipe", dando instruções de como um príncipe deve governar, com o objetivo de poder, nem que seja passando por cima de tudo. Por defender que "os fins justificam os meios", foi interpretado como pregação do mal.
  • JEAN BODIN acreditava que a soberania era a alma de um Estado, que o mesmo é autônomo e não deve obedecer ordens externas. O rei, para ele, é o guardião da ordem pública e nunca pode ser submisso a nada.
  • THOMAS HOBBES escreveu o livro "O Leviatã" e considerava o homem mau por natureza, o que levava a sociedade a um estado de guerra total. Logo, muita liberdade causaria mortes e guerras, seria preciso abrir mão de sua liberdade a favor de um soberano, que poderia usar da violência ao seu favor, para controlar o povo e manter a ordem. 
  • JACQUES BOSSUET dizia que "Deus emana o poder e a rebelião é crime e pecado", pois o rei é uma escolha de Deus e, com esse pensamento, o monarca é super valorizado e a teoria de Bossuet do direito divino dos reis é muito usada na França e Inglaterra. Em conclusão, o rei é uma pessoa diferenciada das outras e as falhas são sempre dos súditos, que pecam. 





ABSOLUTISMO NA FRANÇA 

O Estado Francês foi consolidado com o fim das guerras de religião e a dinastia no poder era a de Bourbon, iniciada por Henrique IV, rei que proclamou o Édito de Nantes (permitia o culto protestante).

Seu sucessor foi Luís XIII, que tinha como auxiliar o Cardeal Richelieu. Foi no período de seu governo que criou-se a teoria da razão de estado, que definia o objetivo de todas as ações do governos: o fortalecimento do Estado francês.

Foi com Luís XIV que o absolutismo atingiu seu auge. O rei usou da teoria do direito divino de Jean Bossuet, glorificando a si próprio e nominando-se o Rei Sol ("Sol" por estar no centro, ser regular e imponente).
"L'Etat c'est moi" O Estado sou eu.  
Palácio de Versalhes, na França
Construção do Palácio de Versalhes, para a moradia da corte francesa e do rei. Tal palácio foi construído após o Rei Sol ter visto o Palácio de Vaux-le-Vicomte, que lhe fez decidir usar as mesmas pessoas que trabalharam no mesmo.

Em 1685, o rei absolutista revoga o Édito de Nantes (permitia o culto protestante).
"Uma lei, uma fé [católica], um rei"

Luís XIV, na política externa, promoveu uma expansão do território, que ocasionou na Guerra de Devolução contra a Espanha.

O ministro das finanças, Colbert, manteve a economia mercantilista e investia na manufatura para exportação, nas companhias de comércio (que exploram colônias) e na manufatura de artigos de luxo (como o tecido vermelho).

Luís V, bisneto do Rei Sol, era bastante distante da política quando assumiu o poder e até o fim de seu reinado. O absolutismo decaiu com o uso constante dos ministros para governar. Foi durante seu governo que aconteceu a Guerra dos Sete Anos, contra a Inglaterra, pelos territórios na América.

A Guerra dos Sete Anos, somada a queda do poder absoluto e as enormes dívidas devido à construção do Palácio de Versalhes, o absolutismo entrou em crise durante o governo do sucessor, Luís XVI, que inclusive passou pela Revolução Francesa.




ABSOLUTISMO NA INGLATERRA

Governada pela dinastia Tudor, a Inglaterra iniciou o absolutismo com Elizabeth I, filha de Henrique XVIII com Ana Bolena, de seu segundo casamento. Elizabeth foi protestante, em contraste a sua meia-irmã, Mary I, uma católica conhecida por perseguir reformistas e chamada de Bloody Mary.

Cena do filme "Elizabeth, a Era de Ouro"
Elizabeth I criou o segundo Ato de Supremacia em 1559, constituindo a Igreja Anglicana, bem mista do catolicismo e protestantismo. Sendo essa, agora, a Igreja da Inglaterra.

Em 1588, começou uma guerra contra a Espanha pelos interesses econômicos nos países baixos (inclui a região de Flandres), que queriam independência. A Inglaterra vence a guerra e derrota a invencível armada (marina espanhola). Assim, inicia-se a hegemonia britânica sobre os mares.
OBS..: também eram usados corsários, piratas financiados pelo Estado.

Imigrantes flamengos migravam para Inglaterra e aceleravam a manufatura de lã. Eram feitos cercamentos, mas as ovelhas ocupavam o lugar dos homens no campo (terras comunais), que iam para cidade. Foram criadas a Poorlans (assistência por conta da quantidade grande de comércio) e as companhias de comércio, que buscavam produtos na Ásia.

Como Elizabeth I foi uma rainha supostamente virgem, não deixou herdeiros. Quem assume depois é Jaime VI, seu primo, rei da Escócia.

Início da dinastia Stuart. Jaime I apoia-se no Anglicanismo para que seu governo se fortaleça e usa das teorias de Jean Bossuet para explicar o poder. Percegue os católicos e puritanos e aumenta os impostos, o que desagradou a burguesia. Com a burguesia prejudicada, aumentaram os atritos entre o rei e o Parlamento, já que parte dele era constituído por comerciantes.
Jaime I abdica e seu filho, Carlos I, sobe ao trono.

Carlos I casa-se com Henriqueta, uma princesa da França, filha de Luís XIII e católica. Anglicanos e puritanos não concordavam com o casamento, porém Carlos fecha dois parlamentos.
É decretado então, que qualquer um que recusasse suas medidas fiscais, seria preso.

Em 1628, é proclamada a Petição de Direitos (Petition of Rights), que definia que a coroa não podia recolher impostos sem o consentimento do Parlamento.

No entanto, em 1629, Carlos I fecha o Parlamento por 11 anos e justifica com a "Teoria do Direito Divino dos Reis".

2 comentários: