domingo, 8 de fevereiro de 2015

Características do Parnasianismo


FINAL DO SÉC. XIX. Movimento literário poético com maior repercussão na França, mas que também ocorre no Brasil -- onde destaca-se o poeta e jornalista Olavo Bilac.

Uma de suas obras mais famosas e mais frequentes nos vestibulares, é a Profissão de fé. Os parágrafos são regularmente constituídos por quartetos (4 versos cada estrofe) e é possível identificar a grande preocupação formal durante quase todo o poema; tanto na própria forma em si, quanto no conteúdo. Bilac compara a profissão de poeta, em algumas partes, com a de um ourives, consequentemente comparando o ouro e pedras preciosas (matéria-prima do ourives) com as palavras (matéria-prima do poeta).




I. A característica do Parnasianismo que guia a maioria das outras, é a retomada dos valores clássicos. Muitas vezes são citados seres mitológicos e a arte grega, além da valorização do equilíbrio e da objetividade, estética e razão.

"Rica mas sóbria, como um templo grego./ (...) Porque a Beleza, gêmea da Verdade,(...)" A um poeta, Olavo Bilac.
 O fato do poeta usar as palavras "beleza" e "verdade" iniciadas por letra maiúscula, pode tanto ser uma maneira de ênfase como fazer referência a deusas, tratando do poema e de sua forma como divindades.
Outro exemplo seria o poema Vaso Grego, de Alberto de Oliveira.

Extra!: a palavra Parnasianismo em si tem sua origem da palavra Parnaso (Parnassus), nome de um monte na Grécia (segundo a mitologia, ficava em uma região habitada por poetas e pelo próprio Apolo e suas musas).


II. O tema encontrado em alguns poemas, é a busca por perfeição. Ela não está presente apenas no conteúdo, mas a perfeição formal é um dos principais objetivos para o poeta parnasiano. 

"Quero que a estrofe cristalina/ (...) Do ourives saia da oficina/ Sem nenhum defeito." Profissão de fé, de Olavo Bilac. 

III. "Arte pela arte".

É um princípio caracterizado pela supervalorização da estética e a menor atenção ao próprio conteúdo do poema. Ou seja, é a beleza formal/da forma colocada em primeiro plano (arte formal). "A arte/estética é mais que suficiente".
"(...)Trabalha, e teima, e lima e sofre, e sua!/ Mas que na forma se disfarce o emprego/ Do esforço;(...)" A um poeta, de Olavo Bilac.
Novamente em A um poeta, é possível observar uma característica essencial do Parnasianismo. A relação de um poeta a um artesão mostra a preocupação com a estética do poema, assim como o esforço e o trabalho meticuloso na produção do mesmo (com o uso de polissíndeto repetindo a conjunção "e", dando ênfase). 
Ao dizer que "na forma se disfarce o emprego", Bilac diz sobre a necessidade de uma simplicidade na forma, uma simplicidade que disfarce o esforço que é a construção de um poema.



IV. Regularidade formal (perfeição) e preferência por sonetos.

Exemplos como o soneto Mal secreto, de Raimundo Correia e o poema Tercetos (Olavo Bilac), com estrofes regulares de três versos (tercetos).


V.+Descrição/Objetividade -Metáforas

Menos "eu" e mais descrição de objetos e coisas. Os poemas do Parnasianismo são mais diretos e objetivos, portanto tendem a ser mais descritivos com aquilo que têm como tema. Se opõe à subjetividade do Romantismo, também por não ser um movimento que valoriza os sentimentos a primeiro plano. 


  • Norma culta;
  • Vocabulário rico; 
  • Versos mais elaborados;
  • Foco e ambientação histórica;
  • Sonetos decassílabos e dodecassílabos;
  • Influência francesa (a culpada pela existência do Parnasianismo no Brasil).

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