terça-feira, 23 de setembro de 2014

Reformas Religiosas e Contrarreforma


Mapa da Europa e as divisões religiosas
As reformas religiosas foram críticas em oposição à ação da Igreja Católica, que visava o enriquecimento com meios diversos. Entre eles a venda de indulgências, a qual afirmavam estarem vendo a salvação, o lugar no céu; e também a simonia (venda de objetos supostamente sagrados). Além de pecados cometidos por padres, como ter amantes.

As reformas mais marcantes ocorreram na Alemanha, com Lutero (luteranismo), na Suíça, com Calvino (calvinismo) e na Inglaterra, com a criação da Igreja Anglicana (anglicanismo).

Os principais aspectos que influenciaram a reforma foram:

O Humanismo, com a valorização do pensamento e interpretação, desenvolvendo-se a crítica; o questionamento do poder do Papa, por conta de Cisma do Oriente na França (dois papas, após o conflito de Felipe, o Belo e o Papa Bonifácio) e as revoltas populares, pela quantidade enorme de bens e terras possuídos pela Igreja, logo alguns nobres e reis deram apoio para confiscar tais bens. Além disso, há o apoio da burguesia, pois a Igreja condenava a prática da usura*.

*usura: na Idade Média, é o que hoje chamamos de juros. Era proibido pela Igreja por ser um modo de ganhar dinheiro por meio do próprio dinheiro e estar ligada à preguiça e avareza. 




REFORMA NA ALEMANHA

A Alemanha, herdeira do Sacro Império Romano Germânico, tinha a Igreja como maior proprietária de terra e cobradora de impostos. Martin Lutero foi o religioso que é responsável pelo marco inicial do protestantismo no momento que é excomungado pelo papa Leão X.

Martin Lutero, atormentado com a teoria do pecado original (Adão e Eva), acredita que o homem em si é indigno da salvação. A mesma só seria possível pela fé (se fosse possível), o que marca o solifideísmo. Lutero defendia que a única autoridade religiosa eram os escritos da Bíblia, a Igreja era o intermédio entre Deus e os homens. Ele questiona a venda de indulgências (considerava tal um abuso de poder) e achava necessária a tradução e interpretação individual da Bíblia. 

Em 1517: Lutero fixa 95 teses na catedral de Wittenberg.
As teses criticavam a hierarquia na Igreja, a necessidade de esmolas, autoridade do papa, o uso da Bíblia apenas em latim, condenava as indulgências e as celebrações luxuosas. 

Em 1520: Lutero é excomungado. Assim inicia-se o protestantismo, pois em 1521, Carlos V participa da Dieta de Worms (reunião de nobres) para decidir o exílio de Martin Lutero. 

No exílio, o protestante traduz a Bíblia para o grego e alemão e a tradução começa a circular. Após uma longe disputa entre Carlos V e Lutero, em 1555, foi declarada uma tolerância religiosa.

Com a imprensa, a Bíblia foi o primeiro documento impresso e, desse modo, os ideais de Lutero repercutiram em vários lugares da Europa. 

Em 1524-1525, ocorreu a Revolta Camponesa, onde os denominados anabaptistas/anabatistas exigiam que a Igreja partilhasse as terras, porém eles as roubavam. Lutero não se manisfestou de acordo ou apoiando a revolta, pelo contrário, concordou e defendeu os direitos da repressão e revogação do movimento.




REFORMA NA SUÍÇA

João Calvino é o nome mais importante da reforma protestante na Suíça. Viveu entre 1509-1564 e seus fundamentos se baseavam na Teoria de Predestinação, que mostrava se a pessoa seria salva ou não.

Livro de Max Weber 
Flash-Forward: séc. XIX.
Max Weber propõe a
ethos calvinista
 (ética calvinista).

Teoria de Predestinação defendia que os homens deveriam seguir uma disciplina rígida, que enfatiza o trabalho e a vida com regras. Dessa maneira, se você recebesse muita riqueza, teria o sinal da salvação. De acordo com Calvino, a pessoa já estava predestinada a ser salva ou não, decisão que Deus já havia tomado antes de criá-la. A riqueza era apenas um sinal de que o homem seria salvo, e assim, o trabalho intenso e o acúmulo de dinheiro foram valorizados pelos calvinistas.


RELAÇÃO REGIÃO VS. NOMES DO CALVINISMO:
São todos calvinistas, o que varia é como são chamados.

Na França: Huguenotes
Na Escócia: Presbiterianos
Na Inglaterra: Puritanos




REFORMA NA INGLATERRA

Filho de Henrique VII, rei da dinastia Tudor, Henrique VIII era casado com Catarina de Aragão, uma católica, prima de Carlos V (imperador do Sacro-Império, quem colocou Lutero no exílio). Esse casamento representava uma aliança importante, porém Henrique queria divorciar-se, também porque ela não gerara herdeiros homens, apenas Mary I. Carlos V não permitiu a separação e, com ele, levou o papa Clemente VII, pressionado, a não concordar com o rei da Inglaterra. 

Insatisfeito, Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica e criou a Igreja Anglicana, sendo ele próprio o chefe. Ele confisca os bens da Igreja e faz da Anglicana uma mescla de calvinismo e catolicismo. Isso feito, casa-se com Ana Bolena, com quem tem um casal de filhos: Eduardo I e Elizabeth I (retomados no Absolutismo).




CONTRARREFORMA CATÓLICA

Foi a reação da Igreja Católica às reformas protestantes em fatos como o Concílio de Trento e o Tribunal do Santo Ofício.

Em 1545-1563, houve uma reunião de autoridades para reafirmar os dogmas da Igreja, que ficou conhecida como Concílio de Trento. O Index Librorum Prohibitorum foi outro resultado, que era uma lista de livros proibidos por serem considerados contrários aos ensinamentos religiosos do catolicismo. 

Além disso, novas ordens religiosas foram criadas, como objetivo a catequização e conversão, como a Companhia de Jesus. Com ela, criaram-se colégios e missões para cristianizar indígenas em aldeamentos.

Para reforçar o poder da Igreja, há a reorganização do tribunal do Santo Ofício. Os simpatizantes das reformas protestantes são considerados hereges e são perseguidos, como forma, também, de controle dos fiéis. Como ajuda, os reis católicos perseguem os protestantes em troca de poder conferido pela Igreja.

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